Stephen Sommers sempre foi um cineasta mediano. Mediano, pra não dizer ruim. Explico. Ele recomeçou em 1999 a franquia A Múmia, para a Universal. Dois anos e milhões de dólares arrecadados depois, Sommers nos entrega O Retorno da Múmia. Os dois filmes são 3 estrelas, mas meros itens despensáveis em quesito cinéfilo. Em 2004, famoso e requisitado, Sommers entrega Van Helsing, com Hugh Jackman. Nunca vi o filme, mas diante de tantas críticas ruins, não custa dizer que deve ser inferior á A Múmia.
Sem credibilidade na Universal, Sommers foi para a Paramount e recebeu a árdua tarefa de levar os G.I Joe para o cinema. Lançados aqui no Brasil como Comandos em Ação, os bonecos são famosos no mundo inteiro e são responsáveis pela popularização dos bonecos nos anos 70 e 80.
Sommers recebeu o generoso orçamento de 175 Milhões e conseguiu filmar em um ótimo tempo, com uma equipe capacitada.
E, gostando ou não dele, eu creio que Sommers conseguiu o famoso feijão-com-arroz. Com um blockbuster que se apoia em efeitos para viver e tem um roteiro maluco ao extremo, ele alcança o que todos esperavam nesse ano: O filme-pipoca definitivo.
Entre o decepcionante Wolverine, o péssimo Transformers 2 e o prólogo-filme Harry Potter, G.I Joe se torna grande.
Na trama, uma equipe especial composta por Hawk(Dennis Quaid), Snake Eyes(Ray Park), Scarlett(a lindíssima Rachel Nichols), Ripcord(Marlon Wayans) e Duke(Channing Tatum), os GI Joes, tem que impedir a Organização Cobra de destruir o mundo como o conhecemos.
Tecnicamente, G.I Joe é bem normal. Com uma direção equilibrada de Sommers e uma trilha eletrônica competente de Alan Silvestri, o filme flui naturalmente. As atuações são todas normais, sem comprometer. O único destaque é Sienna Miller. Até em filme de ação ela atua bem(na medida em que a ação permite, claro). Como Baronesa, espero que ela fique mais famosa pra demonstrar seu talento em outros projetos. Mas, há uma ressalva: o roteiro. É um dos piores do ano, sem dúvida. Tem até uma trama amarrada(e completamente fora da realidade), mas nos diálogos o filme emperra. Típica coisa de Blockbuster explicar as cenas. Exemplo: Um jato atira nos Joes e um deles tem que gritar: ELE ESTÁ ATIRANDO NA GENTE!!!! Putz, jura? Kubrick e Haneke enfartariam nessas cenas. Mas, como o filme é sobre bonecos, tá mais que ótimo o roteiro ser pelo menos aceitável. Claro que era de se esperar algo mais divertido e inteligente, como Transformers. Mas não houve e deu até pra aceitar.
Os efeitos especiais, em excesso no filme, são muito bons, mas nada realista como em Homem de Ferro. Com uma trama que se apoia neles pra sobreviver, acredito que eles ajudaram muito. Um exemplo de ótimos efeitos: A cena em Paris. Lindíssima, emocionante, deslumbrante e completamente irreal. A melhor do filme, sem dúvida.
Num ano sem bons Blockbusters genuínos(o único que é realmente um ótimo filme é o Terminator 4), G.I Joe se fortalece muito apenas sendo normal, um filme completamente sem ambições, que te surpreende. Desde os primeiros trailers, a desconfiança pairava sobre a produção. E tinha fundamento, tudo era um clímax sem sentido. E isso ajudou o filme a se tornar o que ele é: uma grande surpresa.
Pelo seu divertimento extremo e pela sua identidade de filme-pipoca, G.I Joe é um bom filme pra ver com os amigos, pra se divertir. Só não vá vê-lo esperando um Batman. Seria covardia.
**** 4 ESTRELAS
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