Old School Nerds

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Funny People


Uma auto-reflexão adulta de Judd Apatow.

Judd Apatow é atualmente uma das maiores referências de comédia no mundo. Criador de o Virgem de 40 Anos e Ligeiramente Grávidos , é de um diferencial ótimo . Não é de um humor refinadíssimo como o dos Cohen, mas tem sua inteligência cômica, deveras melhor do que o humor dos Wayans. Apatow praticamente "criou" um estilo novo de comédia : Aquela que utiliza refêrencias pop em massa, junta gags de vários tipos e arranca boas risadas. Tanto produzindo quanto dirigindo, ele ajuda a trazer ótimas obras para o público. Porém, desta vez, Apatow dá um passo além do costume, criando Funny People ( Do insípido título nacional " Tá Rindo do Que?"o qual me recuso a colocar.)

Funny People,não é, antes de mais nada, um outro Ligeiramente Grávidos, e não chega perto da qualidade de Segurando as Pontas. É um humor inteligente cheio de referências como de costume, mas passa longe de ser apenas uma comédia. É um drama, sobre os comediantes e humoristas, com muitos gags e tiradas cômicas. Uma auto -reflexão de Judd Apatow, que parece abrir para todo o público a vida real dos comediantes, desde aqueles que fazem Stand-up até os que realizam filmes idiotas e discerebrados.

A história é sobre George Simmons ( Adam Sandler ) um comediante famoso por estrelar filmes de comédia idiotas e sem graça ( De certo modo parecido com Sandler ) que descobre, num dia que vai no médico, que tem uma doença praticamente incurável , e tem pouco tempo de vida. Amargurado, Simmons volta as suas origens- a comédia em pé - e num dia em que visita uma dessas sessões acaba conhecendo o novato no humor Ira Wright (Seth Rogen), e começa a apostar no rapaz, crendo que seja seu herdeiro no mundo cômico. Além disso, Simmons também procura reencontrar seu grande amor ( Leslie Mann) hoje em dia casada com um australiano (Eric Bana).

Como de costume, também entram na massa do bolo Jonah Hill e Jason Schwartzman, a eterna dupla que interpreta colegas de quarto nerds de Ira. As partes mais engraçadas são dessa fantástica dupla, que apenas de estarem no set de filmagem já nos fazem sentir vontade de rir. Porém, boas piadas são também oferecidas tanto a Sandler quanto a Rogen, que conseguem atuar bem , sem ir muito além do feijão-com-arroz. As piadas, com referencias múltiplas, entram dessa vez com uma fluidez ainda melhor, já que as personagens envolvidas são profissionais da comédia. Então, qualquer tirada engraçada em qualquer lugar faz ainda mais sentido de existir , saindo de quem sairam. Já as refêrencias se encaixam com um algo a mais. Como George é uma celebridade, existe a brecha para várias outras celebridades entrarem no filme também. Vai desde Ray Romano até Eminem - e a cena em que os dois estão juntos é uma das mais engraçadas da película. E os filmes de George também tem uma pitada de conhecidos. Re-do é uma referência silenciosa ao idiota O Pequenino, dos Wayans, e os outros filmes são refêrencias a toda gama de babaquices já criadas em Hollywood.

Misturar drama e comédia não dá um resultado ruim, definitivamente, e falar de um comediante fadado a morte é algo bem engraçado e interessante a principio. Porém, não é da cinematografia de Apatow criar histórias muito com muitos diferenciais(A não ser por Segurando as Pontas, que escreveu ao lado de Seth Rogen e Evan Goldberg). O drama de Simmons é bom, e dá ao filme um tom mais adulto.Entretanto, isso é até um ponto, pois o último ato parece não ter muito sentido no todo, por reunir poucos gags e ter menos relevancia na história. Esse ato se estende até uma altura desnecessária e faz o filme ter uma duração que simplesmente não precisava. Outro problema são os pequenos vácuos que ocorrem entre as piadas do filme. Esse é um dos problemas de Apatow, estender muito o fio a história, quando o ideal seria deixar o filme mais curto e enxuto, e consequentemente mais engraçado.

É preciso reconhecer, entretanto, o talento de Judd Apatow na direção. Sua linguagem cinematográfica não extrapola nada, mas devo dizer que o cineasta está muito longe de ser só mais um. Nada de um estilo artístico, mas ele nos passa tudo com uma competencia acima do nível, conseguindo transmitir tudo o que queria, sem nenhuma dificuldade e com a mão firme.
E, se o cineasta enfrenta dificuldades em criar histórias inovadoras , ele não tem problemas nas descrições de seus personagens. Mesmo que a parceria de Seth Rogen, Jonah Hill e Jason Schwatzman continue se repetindo, nunca serão as mesmas características. Os diálogos serão sempre diferentes , o mundo em que se encontram também, e de comum só terão o fato de serem colegas de quarto. E esse fator favorável em relação a personagens permite que suas comédias continuem sendo feitas, mesmo que a história peque.

Mas no todo, Funny People não se sai mal , com certeza. Abrir ao mundo a vida real dos piadistas compensa de certa forma um ou outro escorregão no roteiro, e o drama adulto até a metade do filme é muito interessante. Suas gags são ótimas, e só precisam serem mais unidas por uma duração menor. Assim talvez, ele almeje mais dinheiro e um poucomais qualidade da próxima vez.

3 Estrelas ***

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