Old School Nerds

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terça-feira, 2 de março de 2010

Toy Story Crítica 1

O corajoso retorno de um clássico.

Em 1995, a maior produtora de animações lançava seu primeiro longa no cinema. A Pixar criou Toy Story, uma das maiores animações de todos os tempos(a maior, na minha opinião) e com isso, projetou sua ascensão ao sucesso e a fama. A produtiva parceria com a Disney continua até hoje e Toy Story continua a ser lembrado como um verdadeiro clássico do cinema. Adorada por crianças e adultos desde seu lançamento, a aventura de Buzz e Woody volta aos cinemas, desta vez em 3D. Desde já, pode-se dizer que é uma corajosa iniciativa da Pixar. O filme, que apesar de ser atemporal, é pouco conhecido da juventude de hoje em dia, que acha que Disney é High School Musical e animação é Alvin e os Esquilos. Mas a Pixar ousou ao produzir Toy Story 3, que lança em junho nos cinemas, 11 anos após a segunda aventura da trupe dos brinquedos. Ousou, eu digo, pois é um épico definitivo, uma desconstrução da mitologia. E será isso que chegará aos cinemas daqui a 4 meses: Um filme sobre perda e ressurgimento. Então, para já acostumando os mais novos com essa obra-prima, a Pixar relança Toy Story. Fica, desde já, a OBRIGAÇÃO de ver essa maravilha nos cinemas, sendo que ele é um dos 50 maiores filmes de todos os tempos, segundo as mídias especializadas(veja bem, eu disse filme, não animação, para os preconceituosos).

A trama é conhecida do grande público. Woody(voz de Tom Hanks) é um brinquedo cowboy que é o preferido de Andy. Junto a ele, vários outros brinquedos adoráveis participam das aventuras criadas por seu dono. Mas então, chega o aniversário de Andy, dias antes sua mudança. E aí chega Buzz(voz de Tim Allen), um brinquedo patrulheiro do espaço, que tem luzes e vários aparatos tecnológicos que fazem a cordinha de voz de Woody parecer obsoleta. Então, Woody sente a dor de perder seu posto e começa a pensar como poderá retomar seu posto de preferido. Ensaia-se então, ao contrário do que se esperava, uma trama adulta sobre perda, ciúmes, superação e, principalmente, amizade.

Devo dizer que perto do balé tecnológico de Wall-E ou das lindas paisagens de Up ou da fantástica e detalhada ilha de Os Incríveis, os efeitos de Toy Story parecem amadores. Mas, para 1995, é um excelente avanço, de se encher os olhos. Apesar disso, o deleite visual, muito presente nas animações atuais(principalmente as da Dreaworks, que se foca no visual), é no talento estrutural de roteiro que o filme se sustenta. A direção de John Lasseter, por exemplo, salvaria qualquer produção do ostracismo futuro. Cheia de identidade, esbanjando a liberdade criativa(certos takes do filme são impossíveis no live-action sem efeitos), Lasseter mostra desde seu primeiro trabalho ao que veio. Mesclando primeira-pessoa, closes, movimentos ágeis de câmera e um domínio de ação fabuloso, Lasseter faz a melhor direção de todos os filmes Pixar, o que é algo de aplaudir.

Outro elemento importante é a trilha sonora, criada pelo mestre Randy Newman. Impossível não se lembrar de “You got a friend in Me”, uma das sinfonias belíssimas do filme. Tudo é memorável e com qualidade imensa. O principal ponto da trilha é realmente ilustrar o que o personagem está sentindo. Os precisos closes de Lasseter já faria bem sozinho, mas a trilha ajuda a tornar perfeito. E, um ponto para a dublagem brasileira, que criou melodias equiparáveis e traduzidas corretamente. Edição, fotografia, design e outros fatores técnicos são ótimos também, mas facilmente ofuscados pelo roteiro emocionante de Toy Story.

O roteiro, escrito por Joss Whedon, Andrew Stanton, Alec Sokolow e Joel Cohen e idealizado pelos homens criativos da Pixar(Lasseter, Andrew Stanton, Pete Docter e Joe Ranft), é o mais denso dramaticamente já criado pra uma animação. A cativante e ágil construção de personagens, destacada pelo excelente início, é um dos grandes motivos por manter Toy Story tão atual. E é interessante notar também que as características humanas de cada personagem, seus sentimentos, são tão bem expostos que mesmo na parte melodramática, não soa piegas. As situações do filme também são muito bem elaboradas, resultando num interessante e enlouquecido mix de gêneros.

Qual exatamente seria o gênero para definir Toy Story? Um drama de aventura? Uma comédia de aventura? Talvez um épico de terror? Sim, tudo isso pode ser ponderado. Afinal, o drama dos personagens é focado com freqüência, a aventura faz parte da trama toda, o alívio cômico está presente. E o terror? O terceiro ato inteiro é pontuado por um clima de terror, com direito a um vilão raso e ameaçador, o memorável Sid Phillips, o destruidor de bonecos. Numa média geral, algo agradável é feito, com um filme leve, tocante e, principalmente, revigorante. O excelente final, cheio de emoção(de ação e dramática), causa lágrimas nos olhos.

Sendo assim, podemos claro considerar Toy Story a melhor animação de todos os tempos. E aqui é uma ótima oportunidade pra ver ele em 3D, o que resulta numa experiência positiva ao extremo. O 3D aqui não serviu para compor a história, mas é bonito e vale a pena, ainda mais pelo exímio cuidado que a Pixar teve na mixagem de som, que é simplesmente fantástica e ensurdecedora. Uma experiência e tanto, uma verdadeira imersão, algo memorável. Se tiver filhos, leve-os com pressa. Se não tiver, arranje um tempo em sua agenda e vá ver Toy Story. E comece a se preparar para Junho. Pelos trailers, já dá pra perceber que o angustiante final de Toy Story 2(uma questão pontuada por toda a franquia, o futuro) vai ser explorado com muita satisfação.

Um parabéns a grande equipe da Pixar, o maior estúdio(ou o mais apaixonado) em Hollywood atualmente. Absolutamente, são gênios. Eles criaram um produto que é uma homenagem á infância verdadeira. Poucos homens tem a sensibilidade de expôr os verdadeiros espíritos infantis, esquecendo os tempos atuais, em que crianças assistem a obras alienadoras e sem relevância artística. Como o excelente Onde os Monstros Vivem, Toy Story é um deleite aos olhos ternos de uma criança ou aos cansados de um adulto. Capaz de emocionar, o filme é brilhante em todos os quesitos. Um triunfo. E gostaria de agradecer a John Lasseter e sua equipe. Esse resenhista, fã absoluto do filme desde o VHS, não podia ter ganho um presente melhor: Seu filme favorito da infância de volta aos cinemas e a corajosa volta de um verdadeiro clássico da 7ª Arte.

***** 5 Estrelas

Um comentário:

  1. Só to falando na que apareceu primeiro..sem esse negocio de preferencia..mas to esperando cade a amateria do Oscar..aushaushau..ri muito no dia..q monnte de parada nada a ver!!!!

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