Sleeping Beauty
O primeiro filme de Julia Leigh apresenta um espetacular trailer após ser confirmado para a Mostra de Competição em Cannes. A belíssima fotografia, os ângulos milimetricamente planejados e a frieza das imagens frontais concebidas por Leigh se somam a um uso formidável do som, que emprega tensão por todo o trailer até culminar na estrondosa badalada final, tudo isso pontuado por uma narração em off que é excepcional por introduzir o espectador naquele mundo, sem soar deselegante. Uma grande promessa pra temporada de filmes cult, esse pequeno filme australiano é capitaneado pela atuação da sempre competente Emily Browning. O tom triste e pesado da produção promete ser um dos favoritos na Costa Francesa.
***** 5 Estrelas
Immortals
O novo filme de Tarsem Singh, de A Cela e Dublê de Anjo, vem na esteira dos épicos grandiosos que Hollywood trouxe novamente á moda desde 300. Visualmente fantástico, o que só mantém a tendência ao apego visual que Singh desenvolveu em Dublê, o filme parece ter como sua maior deficiência as cenas idênticas aos outros épicos. O golpe característico de 300, o salto pra se cravar a espada, é logo mostrado aqui. A fotografia estilizada, ainda que dourada, evoca os tons escuros de 300 de maneira muito extrema, soando quase como cópia. Fora que Henry Cavill, o novo Superman, berra como Sam Worthington em Fúria de Titãs... Ainda que soe um filme repetido, Immortals deve suprir pelo menos suas pretensões técnicas, como a bela flecha dourada ou o estonteante quadro dos deuses brigando suspensos no ar.
*** 3 Estrelas
Rise of the Apes
O novo filme, mais um capítulo na saga do Planeta dos Macacos, pareceu em nada acrescentar á mitologia desde a pré-produção. Agora, com o primeiro trailer lançado, as teorias se concretizaram. Ainda que James Franco e Freida Pinto sejam talentosos e a WETA Digital tenha feito um novo magistral trabalho ao criar o macaco Cesar, o roteiro parece realmente comprometer a produção, ao tentar criar alguma tensão e ação em meio a origem da revolta dos símios. Se o filme original já sugeriu tudo tão bem, pra que mostrar o que aconteceu? Ao tentar caçar níquels, Rise of the Apes pode até surpreender, mas até agora só soou desnecessário e equivocado. E a presença do diretor Rupert Wyatt, quase um estreante(dirigiu apenas The Escapist), só favorece a tendência da direção ser de aluguel e o filme, na verdade, ser do estúdio.
** 2 Estrelas
Conan
A volta do cimério ao cinema, dirigida pelo bom Marcus Nispel, tem o ar de aventura bárbara permeando todo o seu trailer, com trilha climática e pesada, mulheres semi-nuas e confrontos empolgantes. Embora parecesse um filme barato, Conan mostra contar com uma rica direção de arte que, ainda que não muito criativa, pelo menos é correta. Candidato a bom filme de ação á moda antiga, divertido e descompromissado, Conan até promete valer o ingresso, mas peca por não ousar. Fora que o astro da nova versão, Jason Momoa, é mais um desenho da Image Comics do que um ator. Se sozinho ele não se sustenta, comparado com Schwarzenegger, fica mais difícil ainda.
*** 3 Estrelas
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