Com roteiro diferenciado e boa direção, 9 tem bom desempenho.
Antes de começar a crítica do filme em questão, é preciso fazer uma observação: Meu objetivo inicial ao ir ao cinema não era assistir 9 - A Salvação, mas sim ao novo filme de Quentin Tarantino, Bastardos Inglórios. Pela censura 18 anos , fui barrado na entrada e entrei num filme que nem queria, mas era o único que havia. Assim, vamos a crítica de 9, deixando o filme de Tarantino pra quando der.
Sendo assim, podemos vislumbrar desde início a enrascada que 9 se meteu, competindo com estréias de peso como Distrito 9 e Bastardos Inglórios na mesma época de seu lançamento. Muita pouca gente se interessou no filme, e quem se interessou pensou em ver apenas mais uma animação fraquinha sem potêncial algum além de levar os espectadores ao sono. Isso é injusto, já que temos aqui uma animção diferenciada e corajosa. O tema e o pano de fundo já nos revelam isso: Num futuro pós apocalíptico, as máquinas ganham uma guerra contra os humanos, extintos, e a salvação do mundo fica na mão de alguns bonecos, criados por um cientista, que ganham vida.
Um desses bonecos é 9, o personagem que acompanhamos desde o início. Ao longo do filme ele encontra outros semelhantes, e juntos tramam alguns planos e investidas para ganhar das máquinas e tornar o mundo reabitável. Essa premissa é realmente um trunfo das animações. Colocar esses elementos em uma animção não é fácil, ainda mais com elementos mais assustadores (assustadores para uma animação.) e um clima mais pesado e adulto. Isso ajuda a explicar a censura que não foi livre aqui no Brasil. Mas um dos fatores que faz com que 9 não alçe voos maiores talvez seja a falta de habilidade de se trabalhar com uma trama que se tem em mãos e adicioná-la detalhes. Em alguns momentos do filme falta a calma e paciência para que as doses de drama se elevem. Do modo que foi feito, o filme ficou meio apressado demais. Me agradam cortes rápidos e sem muita enrolação, mas parece que 9 não se preocupou em criar muitos elos entre os personagens, nem os motivos desses elos ( a ajuda mútua no meio do caos)
nem ao menos se preocupou em desenvolver mais os próprios personagens( O que seria muito interessante pela revelação no final de onde eles foram originados.). Ao invés disso, aumentou cenas de aventura e ação. Mas ora, se o filme é especial pois tem seus dotes artísticos, pra que então tentar dá uma de blockbuster? Fora isso, as revelacões finais e seus resultados pra trama estão de parabéns, muito inovadores e originais.
Quanto a direção, tiro o chapéu para Shane Acker: Ele dirige ação muito bem, balançando a tela e introduzindo os espectadores de uma forma realista que nehuma outra animação nesse estilo já fez. Em cenas paradas ele utiliza closes muito bem, e não fazem seus personagens repetitivos, mesmo sendo bonecos. A única coisa que atrapalha sua direção é o seu pano de fundo. Afotografia deixa de ser noir, e passa a ser meio escura, com um tom ruim.
Num arrematado geral, 9 inova muito, tem um roteiro estrutural muito bom, mas peca aao desenvolve-lo. Não era preciso. O filme tem apenas 79 minutos. Mais calma e cabeça da próxima vez, Shane Acker!
3 estrelas***
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