Old School Nerds

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Curtindo a Vida Adoidado

O grandioso clássico da Sessão da Tarde.

Na década de 80 e no início da década de 90, era muito comum a realização de filmes para o público adolescente. Filmes esses que retratavam o cotidiano dos estudantes americanos, que viviam zanzando por seus corredores cheios de armários escolares, segurando livros, agarrando garotas ou vivendo aventuras. Era uma época onde os jovens frequentavam muito o cinema, e se faziam um público consumidor muito grande. Muitos desses filmes, por serem de censura baixa ,eram apresentados na Sessão da Tarde, o que era um prato feito pra Globo. Os jovens e crianças ficavam em casa neste período do dia. Muitos desses filmes, então, marcaram nossas infâncias. São filmes como "Esqueceram de Mim", "Clube dos Cinco" " Gatinhas e Gatões" entre outros filmes,os quais nem tinham tanta qualidade, se, anos depois, fossemos avalia-los. Porém, Curtindo a Vida Adoidado, de 1986, marcou a maioria das pessoas mais que os outros filmes.Se consolidou depois, como um clássico do período vespertino global.

Entretanto, ele não deve ser adorado apenas por ser mais um filme adolescente, mais um filme de gênero, sem qualidades nenhuma. Esse filme , analisado, até mesmo de ponto de vista crítico, é fenomenal. É indiscutível que é o filme definitivo sobre adolescentes, suas rotinas , caquetes e macetes. Tudo isso somado a uma técnica brilhante do competente diretor John Hughes, não poderia dar em outra coisa do que um clássico.

A história, como a esmagadora maioria conhece , é do adolescente boa -vida Ferris Bueller, um estudante que cursa o ensino médio americano, mas que não dá bolas para a escola ou para regras desnecessárias. Gosta mesmo é de aproveitar a vida, e acha isso o essencial e primordial e sua existencia. Como ele mesmo diz "A vida passa rápido, e se você não aproveita, acaba não vivendo". O filme então se encarrega de mostrar um dia de folga de Ferris Bueller,(como diz o título original) que começa com um fingimento de doença de Ferris com os pais - como os adolescentes em geral, fazem para faltar aula - que acreditam e deixam o garoto ficar em casa. A partir daí, Ferris Bueller conduz o espectador pelo dia a fora, olhando e conversando com o mesmo, ensinando táticas para enganar os pais e explicando porque ele deve aproveitar o dia, e não ir pra escola, fazer seu teste. São traços de genialidade, que aos olhos dos mais atentos, fazem o filme realmente virar uma obra de gente grande, e maravilhosa.

Mostrar o adolescente esteriotipado, comum, em mais um dia de sua vida não é um erro nese filme. Muito pelo contrário. Essa base comum, com personagens já conhecidos e batidos, ajuda o realizador da obra a fazer algo muito mais extraordinário dali, mostrando uma versão absoluta dos jovens e seus afluentes ( pais e professores). Com isso, ele pode navegar por terras distantes, com diálogos diferenciados e momentos únicos, mas sempre contando com o reconhecimento fácil do público aos personagens, afinal, esse é o objetivo : Criar uma obra máxima dos jovens da época. Com os peronagens escolares da época.

É claro, em alguns pontos, o filme exagera relações reais - como a perseguição urbana do diretor a Ferris, e seu desejo de pegar o aluno travesso aprontando algum fora da escola - mas esse uso da hipérbole não está errado. É fascinante ver o jogo de gato e rato velado que ocorre dentro do colégio com os alunos de verdade, ocorrer literalmente nas telas. Mais um ponto que contribui para a realização de uma obra jovem absoluta.

De resto, o filme mostra a diversão e aventuras de Ferris, sua namorada Sloane e o amigo pessimista e certinho Cameron, dentro da Ferrari colecionável do pai de Cmeron. O tom do filme é alto sempre, e só diminui em alguns pontos, os mais baixos da exibição.

No que diz respeito a técinica, Curtindo a Vida Adoidado é também único e inconfundível. A direção de Jonh Hughes ( que morreu recentemente, infelizmente) rompe com todas as outras direções de filme de adolescente. Ele acompanha o ritmo do filme. Takes calmos em momentos calmos, e agilidade na correria. A câmera lenta que coloca em diversos momentos chave, onde a ação é grande, nos permite contemplar a situação e muitas vezes dar risada( fora as risadas das boa piadas e frases bem colocadas ao longo do filme). O posicionamento parado ao ouvir Matthew Broderick falar com o público é também ótimo. Não deixa o espectador perdido, e ouvir duas coisas. Toda a atenção é dada ao ator nesse momento. Broderick também não decepciona e tem uma atuação magistral. Sua cara é inconfudível, e acho difícil alguem conseguir imitar. Suas outras expressões também ajudam a por a cereja no bolo.

Apesar disso tudo, há quem diga ( Principalmente os mais velhos conservadores da moral) que Curtindo a Vida Adoidado é um filme imoral, indecente e que inspira a vagabundice. Na verdade, se olhassem de um outro modo, poderiam ver no filme, o personagem Cameron, que é muito certinho e metódico, e sofre por isso. No filme, ele é incentivado a relaxar mais, não ter tanto compromisso assim. Deste modo, o filme dá um recado a todos os jovens que não aproveitam a vida, a curti-la melhor, principalmente neste momento inesquecível dela.

5 Estrelas *****

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