Old School Nerds

Old School Nerds

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Melhor Filme - Watchmen

A melhor HQ vira enfim, o melhor filme.

Sempre foi dito que seria impossível passar com total fidelidade a história em quadrinhos Watchmen, escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, para o cinema, devido seu detalhamento imenso, muitos personagens e seu tamanho em proporções gigantes, diferente de qualquer obra já vista. Dois diretores renomados tentaram: Terry Gilliam em 91 e Paul Greengrass em 2005. Porém, por problemas de discordância com a produtora e problema com atores, respectivamente, os dois projetos falharam. Em 2008 a batata quente chegou no colo de Zack Snyder, conhecido por realizar uma grande adaptação em 300.

Eis que o filme ficou pronto e é impossível resumir a experiência de Watchmen em algumas palavras apenas. A fidelidade quase obssessiva de Snyder fez o filme ficar com 2:45 minutos que passaram muito rápido. Primeiramente o roteiro feito a 4 mãos por David Hayter e Alex Tse foi primoroso, dando um ar muito fiél mas ao mesmo tempo fazendo mudanças que ajudam a encaixar a história inteira. Vale lembrar que, para o filme não atingir as 4 horas ou mais, partes precisaram ser retiradas, como as tramas do cidadão comum e os Bernies que provavelmente serão postas na versão do diretor. Entretanto esses detalhes retirados da versão oficial não atrapalham em nada e o filme segue muitíssimo bem apenas com a trama principal.

A direção de Zack Snyder é um show a parte nesse novo cult. As cenas de plano seqüência único não estam mais ali, nem ao menos os baldes de sangue estilizado. Mas a câmera lenta ainda existe, entretanto reduzida as cenasde ação, longas mas raras. Cabe a nós vermos a versão de diretor mais comum de Zack Snyder, sem muito das artimanhas modernas que fazem sua marca registrada. Os takes são muito bem feitos principalmente na cena da morte do Comediante e a luta que a precede; A luta de Rorschach para não ser preso, aumentada da HQ porém muito bem filmada em uma câmera que circula mas está tão enfocada na luta(muito bem coreografada, como todas no filme) e gira tão lentamente que não nos incomodamos com isso, muito pelo contrário.

Tecnicamente o filme é irretocável, a não ser em uma cena dos créditos de abertura, a da União Soviética, que mesmo assim não é tão ruim. O CGI, muito bem feito, tem destaque para Dr. Manhattan que parecia tão dificil de ser feito e ficou impressionante no filme. A fotografia limpa nos dá um estilo de neo-noir muito bonito de ver, além disso ela é uma fotografia que não tem cor única, ela varia de acordo com as cenas e a cada cena ela demontra uma fotografia única, assim como nos quadrinhos. A trilha sonora de Tyler Bates é muito boa tendo destaque nas cenas de ação. Mas concerteza um dos destaques do filme é a trilha sonora montada por músicas já existentes. Todas elas são boas e caem como uma luva nos momentos certos. Desolation Row, por exemplo, composta por Bob Dylan e cantada por My Chemical Romance nos créditos finais. Ela cria um paradoxo em ser animada depois de um filme calmo. Genial!

As atuações e a escolha dos atores foram ótimas. Jackie Earle Haley é o destaque fazendo Rorschach. O cara realmente leu a HQ. Patrick Wilson captou a essência de Coruja. Billy Crudup convence que não é um humano normal e Jeffrey Dean Morgan faz de Comediante sua própria pele e nem parece que está atuando.

Quanto a história nem é preciso dizer muito, inova o conceito de super - herói e faz um debate principalmente sobre o valor da vida, sobre os conceitos morais e humanos.
Não há o que consertar em Watchmen nem na HQ nem no filme. É assistir e idolatrar.


5 estrelas*****

2º Melhor Filme - The Dark Knight

Christopher Nolan desmonta o herói e o põe num Épico do Crime.

Muita expectativa cercou Batman - O Cavaleiro das Trevas. Era um filme esperado por todos depois do maravilhoso e quase irretocável Batman Begins. Porém, faltava fazer a obra máxima do Batman. E aqui ela foi feita.
Nolan não me surpreende mais. Ele não erra nunca. Depois dos maravilhosos O Grande Truque, Amnésia e o primeiro Batman, ele entrega a sua obra-prima. Sua direção lembra muito a de Paul Greengrass em TDK. Ela é tensa nas cenas calmas e trêmida, corrida, muito tensa e absurdamente perfeita nas seqüencias de ação. Os exemplos perfeitos de direção nesse filme são as cenas do caminhão do Coringa e a de quando Coringa entra na festa de Bruce Wayne. Nolan faz um trabalho ótimo nessas cenas. Faz maravilhas com a câmera parada e na cena de ação da festa e na cena do caminhão ele faz uma one-shot scene, com um take único, o único permitido.
Mostra o caminhão de frente e dá um ar de realismo ainda maior para o filme.

Mas não só a direção se destaca. As atuações de Christian Bale e Michael Caine são excelentes e faz o tempo em que estão na tela, simplesmente passar. Eles dão a entender que são amigos e parece de verdade que Bale é Bruce e Michael é Alfred. As atuações de Maggie Gyllenhaal e de Gary Oldman são ótimas e até melhores do que no primeiro filme. Mas as sínteses de atuações históricas no filme são as de Heath Ledger e Aaron Eckhart. Eles são os vilões mais aterroradores da série do Batman e quem sabe da história. E olha que em Batman Begins já tínhamos o fantástico Liam Neeson como Ra's Al Ghul e ainda Cillian Murphy como o perfeito Espantalho.

O Coringa de Ledger é terrorista, anarquista, assassino, medonho, imprevisível e simplesmente ameaçador. Ledger deu um rumo totalmente novo ao personagem. Caricato e megalomaníaco nas HQs mensais antigas e nas atuais, o Coringa de Ledger se baseia no de Alan Moore, de A Piada Mortal, melhorando-o de uma forma muito saudável.
O Duas-Caras de Eckhart não deixa pra menos. Como Harvey Dent, Eckhart arrebenta. Mas é como Duas-Caras que Eckhart mostra ao que veio. É um dos melhores atores de nossa geração(junto com Depp, Cillian Murphy, Ledger e Del Toro) e prova isso fazendo um cara ávido por vingança e muito assustador. A transformação do personagem(psicológica, não física) é marcante.

Nos quesitos técnicos, TDK é perfeito. E mostra ainda mais que é uma adaptação de tudo o que existe de melhor do Batman nas HQs. A fotografia de Wally Pfister é azulada e noir, o que remete a O Longo Dia das Bruxas. O final do filme(se isso é spoiler, é só pra um nerd fanático) remete a Batman - O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller. A origem do Duas-Caras e o triunvirato formado por Dent, Batman e Gordon também remetem a Longo dia das Bruxas.
A trilha sonora dos mestres Hans Zimmer e James Newton Howard também é tensa e ótima. A sinfonia que define o Coringa é de arrepiar. A sinfonia-tema do Batman é marcante e merecia o Oscar de melhor canção, na minha opinião.

Juntando todos esses elementos dignos de Oscar, ainda temos o roteiro assinado por Christopher e seu irmão Jonathan Nolan, que é realista e mostra de verdade o que seria esse fio de esperança pra uma cidade perdida, que é o Batman. Os diálogos entre os personagens são verossímeis e o que mais assombra é a forma com que o filme se emenda em vários climaxes. A tensão não baixa por sequer um frame.
Num filme em que o super-herói é mostrado em uma trama de Ação/Drama e Suspense, tudo merecia ser visto.

Um parabéns enorme para Nolan e sua equipe e que eles façam um bom trabalho em Batman 3, filme que temo muito pela maneira brilhante que esse TDK termina.

Só que para ver esse filme, todos tem que ter uma coisa na cabeça: Não é um Homem-Aranha. Não é um X-Men. É um filme com super-herói, sim. Mas não é um filme DE super-herói. É muito mais que isso, é um filme sobre questões realistas e um Épico criminoso. Genial esse Nolan pra pôr Batman nas telas desse jeito.

5 Estrelas *****

3º Melhor Filme - The Godfather

Francis Ford Coppola no pleno domínio de sua arte.

O Poderoso Chefão é considerado por muitos um dos melhores filmes da história. E não é apenas pela atraente história sobre os mafiosos da Sicília. É por tudo que ele representa, por tudo que ele é, pela qualidade técnica que fez esse excelente filme ganhar parcos 2 Oscars(merecia uns 10).

A drieção de Coppola é soberba. Calma no drama, tensa na ação e segura em todos os momentos. A coordenação que Coppola tem sobre os atores é imensa. Com todos os atores, ele tem um tratamento ótimo e arranca atuações seguras e sem exageros, registrando tudo com sua serena e por vezes parada câmera. Mas com Marlon Brando é diferente.

Ele não impõe nada. Coppola apenas deixa Brando atuar e isso é até emocionante de ver. Brando se entranha no papel de tal forma que nós realmente acreditamos que aquele é sim o Don Vito Corleone. Do visual até a fala arrastada e pesada, ele é Don Vito e isso é fato. É Brando na sua obra máxima, completa, em seu melhor papel.

Coppola não deixa por menos e arrebenta como diretor, com pleno domínio do melhor. E junto com Brando, temos o inspirado elenco com Al Pacino(impecável, imprevisível e cínico ao extremo), Robert Duvall(contido e ótimo), James Caan entre outros.

O roteiro, baseado no maravilhoso The Godfather, de Mario Puzo(que auxiliou Coppola na adaptação do roteiro) é sem pontas soltas, com diálogos ásperos e com uma habilidade incomum de criar situações realistas e imprevisíveis, até mesmo pra um filme de Gângster.

Tecnicamente, todos capricham. A trilha sonora incisiva e triste de Nino Rota e a fotografia pesada e em sépia colorizada de Gordon Willis roubam o filme em muitos momentos. Analisemos a parte inteira de Michael na Sicília. Ele está indo onde seus familiares cresceram e lá, a trilha domina sua jornada enquanto a fotografia capta com emoção todo o lindo ambiente da Itália.

A maquiagem também merece uma citação pelos realistas ferimentos de Vito e de Sonny, no famoso tiroteio no pedágio. A edição é boa, mas é o ponto menos alto do filme.

Saudado como um dos melhores de sua época e da história, O Poderoso Chefão é tudo isso. Num filme em que tudo é soberbo, até a magistral atuação de Brando não é o que segura o filme, por exemplo. É só o que o torna mais espetacular.

Um filme pra se assistir e absorvê-lo ao máximo, tamanha a qualidade cinematográfica que ele impõe.

Vá correndo assistir e veja legendado :)

5 Estrelas *****

domingo, 26 de julho de 2009

4º Melhor Filme - Requiem for a Dream

Darren Aronofsky nos brinda com o melhor filme de Drama da história.

Réquiem para um Sonho é um filme fora do normal. Ele te faz ficar tenso, confuso, desesperado e, definitivamente, pensativo. Baseando-se no livro de Hubert Selby Jr., Darren Aronofsky fez um roteiro impecável. É até estranha a sensação de que você absorveu tanta informação em 102 minutos.

Com um elenco igualmente soberbo formado por Jared Leto, Jennifer Connelly(impactante), Ellen Burstyn(chocante, realista e a melhor do elenco) e Marlon Wayans no papel dos 4 drogados, Réquiem pode até parecer só mais uma história sobre drogas. E não é. É uma história que mostra o declínio do ser humano e usa as drogas como o gatilho disso. E não tenta conscientizar ou fazer todos de coitados. O filme opta por ser corajoso, joga na cara os fatos e não tenta abrandar nada. Oposto do que Sara Goldfarb(Burstyn) diz no início, tudo não acabará bem.

Os momentos em que as drogas aparecem são os mais tensos e curiosos. Apesar de tudo ser bem medonho, as drogas nem incomodam tanto quando tudo está bem. O problema começa quando as drogas tomam conta do ser humano.
Outro fato curioso é como esse filme faz críticas tão reais que muita gente irá se basear nos seus próprios vícios e ambições pra entender o filme. O maior exemplo disso é Sara, a personagem mais enigmática e a que nós temos mais intimidade durante o longa. Ela é uma dona de casa, uma velhinha simpática mãe de Harry(Jared Leto) e viciada em televisão. Um dia ela é chamada pra aparecer no seu programa favorito. E é aí que o pesadelo começa. Temos que ver tudo e não podemos fazer nada. Somos ao mesmo tempo confidentes e impotentes quando vemos Sara. E não é só isso. Temos que acompanhar Harry, sua namorada Marion(Connelly) e seu amigo Tyrone(Marlon Wayans) e sentir o mesmo sentimento.

Pra contar essa história, Aronofsky divide o filme em atos, representados pelas estações do ano. Começa com o verão e termina com o inverno. E acho que não poderia haver definição melhor colocada de como dividir isso tudo.

Tecnicamente, o filme é irretocável. A fotografia de Matthew Libatique representa tudo com uma aura branca, como se tudo fosse um sonho(ou um pesadelo). Feia, suja e jogada, a fotografia de Libatique dá o tom certo do que o filme é: Um enorme pesadelo.
A edição, baseada na direção estilo Hip-Hop montage de Aronofsky, faz um trabalho de encher os olhos.
Um dos pontos altos do filme, a direção de Aronofsky é perfeita. Não encontro outro adjetivo. Ele corta de maneira ágil e maravilhosa, que o credita como um dos melhores diretores atuais. Agora, o outro ponto alto do filme é o que define a tensão que é Réquiem para um Sonho: A trilha sonora. Clint Mansell assina a melhor trilha sonora de todos os tempos. E falo isso com toda a certeza. Sua trilha é calma quando pedida, eletrônica e meio vibrante quando algo importante acontece e é tensa, medonha, como um tema de pesadelo quando a tensão e o suspense tomam conta.

É incrível notar que o filme é um drama, mas é tão profundo que pode ser descrito como um suspense ou até mesmo um terror psicológico. Mas não um terror de dar medo. É um terror de você pensar: Imagina se tudo isso acontece comigo?!
Por isso que apesar de rasgar elogios pra esse filme perfeito, não o recomendo pra muitas pessoas. É um filme que te faz ver um abismo, te faz ver que muitas coisas nem tem sentido na vida. É um filme tenso demais e não recomendado pros mais frágeis.

Se você tem estômago forte, corra pra locadora e alugue Réquiem para um Sonho. É o exercício cinematográfico máximo que posso recomendar pra qualquer um. Só não espere um cinema de sábado á noite. Está mais pra domingo de madrugada.

5 Estrelas *****

5º Melhor Filme - Batman Begins

Christopher Nolan tira Batman da lama e o exalta ao extremo.

Desde de que Joel Schumacher afundou a série cinematográfica de Batman com os idiotas e infantis Batman Eternamente e Batman e Robin, o morcego foi esquecido dos cinemas, pela certeza de que seria impossível consertar aquela franquia destruída por Schumacher. Porém, ainda existia uma salvação para a série de filmes do Cruzado da Capa no cinema. Uma técnica até então nova, usada como ''borracha das telas'' chamada reboot, onde se ignora tudo o que foi feito antes na franquia do personagem e se reinicia uma nova.

Christopher Nolan usou esse reboot muito bem, num clima sombrio (mas não escura e tosca como os filmes de Tim Burton) com uma direção e edição secas e rápidas, seguidas por uma trilha sonora única, criada pelos aclamados Hans Zimmer e James Newton Howard, que aprofunda a tensão do filme num nível alto. A fotografia laranja escuro ficou muito boa, tirada diretamente das páginas da maravilhosa HQ dos anos 80 escrita por Frank Miller, Batman - Ano Um. Aliás boa parte da trama é baseada nesta história, onde se mostra os primeiros casos de Batman, lutando contra a máfia de Gotham. Batman também está um personagem sério, que usa utensílios críveis (não como o Bat- Cartão de Schumacher), como o Bat-móvel que mais parece um tanque, tirada de outra memorável obra dos quadrinhos de Frank Miller: O Retorno do Cavaleiro das Trevas.

Na história , Bruce Wayne(o fascinante Cristian Bale) é um homem que perdeu os pais assassinados num assalto quando criança, jura vingança e quando cresce, entra no mundo do crime para entendê-lo melhor, além de buscar, depois disso, ensinamentos marciais na seita de Ra's Al Ghul (o vilão dos quadrinhos que tem uma origem no filme, muito inovadora e interessante, e muito fiél ao original). Na trama também entram o psicólogo Jonathan Crane (o grandioso Cillian Murphy) que ajuda a máfia alegando insanidade por parte de seus integrantes - e depois vira o vilão Espantalho - a promotora Rachel Dawes (a insossa Katie Holmes ), interesse romântico de Wayne, o mordomo Alfred( o impecável Michael Caine) e o instrutor de artes marciais de Wayne, Henri Ducard(Liam Neeson).

Assim, Christopher Nolan cria um filme de Batman extremamente realista, como ele havia idealizado, mostrando uma franquia nova que pode melhorar a cada filme. Batman sem dúvida é o maior personagem dos quadrinhos de todos os tempos e agora, ganha uma obra no cinema a sua altura.

5 Estrelas *****

6° Melhor Filme - Gran Torino

Clint Eastwood deixa seu testamento.E que baita testamaneto.

Quando fui ver Gran Torino esperava um bom filme,mas não foi o que eu vi. Eu vi um filme único, emocionante, belo,triste, e por fim, maravilhoso. Logo no 5° frame, o filme já deixa seu recado,mostrando que vai ser pesado, triste e revoltante.Assim que os netos zombam da morte da avó,mulher de Walt Kovalski(Clint Eastwood) eu suspirei , sabendo o filme grandioso que viria.
Walt Kowalski, veterano da Guerra da Koréia, é um americano á moda antiga. Não se acostuma com a invasão de automóveis orientais no país, zomba de outras culturas que penetraram sua república, fuma, bebe, mantém a bandeira dos EUA hastiada sempre, e mantém seu Ford Gran Torino guardado, como se fosse item de colecionador.
Vivendo em uma vizinhança oriental, Walt considera os vizinhos ratos ,e mostera desprezo por eles. No entanto, depois dessa vizinhança ser frequentemente pertubada por gangues, Walt começa a defende-los e passa a interagir com essa comunidade, vendo neles um espelho q lhe manda muito mais reflexo do que sua própria família.
Por vezes é de se encontrar no filme semelhanças com vários outros clássicos de Eastwood, como Menina de Ouro, onde a personagem de Hillary Swank é desprezada pela família interesseira, assim como Walt é em Gran Torino. O seu modo de se fazer justiça já não é eficaz, assim como em Dirt Harry. Essas relações são provas do testamento de Clint Eastwood, que pelo visto, pode parar de atuar depois desse longa.
Um dos pontos altos do filme é a relação de amizade patriarcal com o personagem Tao.É emocionante ver Walt defendendo e ensinando lições de homem ao garoto que no início do filme tentou roubar seu carro, a mando da gangue.
O filme é muito belo, principalmente por sua trilha sonora calma feita por Kyle Eastwood e Michael Stevens, e sua fotografia limpa e serena que Tom Stern fez.
Por fim, Gran Torino mostra que Clint Eastwood ainda cresce na câmera, na cena em que seu filho e nora lhe oferessem um lugar num asilo. Também é um dos filmes mais emocionantes que eu já vi, e arrancam lágrimas de qualquer um ,principalmente no final

5 estrelas *****

7° Melhor Filme - 300

Zack Snyder faz 300, de Frank Miller, ganhar vida em grandioso Épico.

Esse não é o primeiro trabalho do diretor Zack Snyder, que trabalhou no remake de George J. Romero, Madrugada dos Mortos. Entretanto é uma responsabilidade e tanto adaptar a aclamada HQ de Frank Miller, 300, para as telas. Responsabilidade que Snyder mata no peito e domina com estilo. E muito estilo por sinal. Ele introduz um novo conceito de direção, a camera lenta acelerada, o que pode parecer um paradoxo , mas significa introduzir a câmera lenta e logo na sequência do frame, acelerar a câmera. Ele faz isso em 300 muito bem, dando um conceito ao gênero épico completamente inovador. Em 300, Esparta está sob ameaça de ser invadida pelo interminável Império Persa, que conta com quase 2 milhões de soldados. Cabe ao Rei Leônidas(Gerard Butler) enfrentar essa ameaça com um contigente de apenas 300 bravos soldados, nos portões de fogo. Uma coisa que também espanta é a fidelidade imensa que o roteiro de Zack Snyder e os outros dois roteiristas Kurt Johnstad e Michael B. Gordon têm sobre a Graphic Novel. Praticamenrte quadro a quadro , o filme só muda alguns pontos cronológicos e introduz um arco totalmente inédito para a Rainha Gorgo(Lena Headey), a mulher de Leônidas. Um mero figurante na HQ, Gorgo se torna uma ativista de Esparta, tão bravo e honrado como um homem Espartano. Essas pequenas mudanças só deixam o filme melhor e que não atrapalham em nada. Até melhoram os fatos, considerando a rápida leitura que é a HQ. Outro ponto positivo são as cenas de ação muito bem coreografadas e captadas muitas vezes em plano-seqüência único, o que é muito bom e original.Sendo seu cenário filmado praticamente todo em CGI, os céus e suas tonalidades são deslumbrantes e muito realistas, vindo junto de uma fotografia primorosa assinada por Larry Fong. O amarelo, recorrente nos céus da HQ, é captado com uma fidelidade absurda.Cheio de elogios, este épico de sangue estilizado - eles ocorrem durante toda a película, dando um tom ao mesmo tempo violento e estiloso - honra o gênero e o muda pra sempre, formando um dos melhores filmes já feitos.


5 Estrelas *****

8º Melhor Filme - The Curious Case of Benjamin Button

David Fincher explora um novo gênero em lindo poema da vida.

David Fincher foi sempre um cineasta diferenciado. Desde Seven, passando pelo ótimo Quarto do Pânico, Fincher sempre tratou o público com inteligência e fez com que tramas normais e aparentemente cheias de clichês fossem transformadas em brilhantes suspenses tensos.
Em Benjamin Button, ele se aventura pela primeira vez no Drama. E que estréia maravilhosa essa.

Com um roteiro inspirado de Eric Roth(Munique), Fincher coordena seu elenco como poucos. Sem exageros, sua direção se restringe a deixar Brad Pitt e o resto do elenco trabalharem. Resumo: Fincher está irreconhecível e igualmente ótimo.
No filme, Brad Pitt faz Benjamin Button, que nasce velho, aos 80 anos e começa a rejuvenescer. A premissa é até curta, mas muito ambiciosa.
Brad Pitt atua muito bem, dando um ar cômico em sua passagem velho e um ar mais dramático quando ele vai rejuvenescendo. Auxiliado por Cate Blanchett, no papel de seu interesse romântico Daisy, ele se supera e sempre rouba a cena, até mesmo quando Cate dá tudo de si, provando ser uma das melhores dessa geração de atrizes.

Destaco também os vários outros coadjuvantes. Como na vida normal, Benjamin encontra várias pessoas em seu caminho até o sublime. Ele vai contando como conheceu seus amigos no asilo, sua mãe adotiva, seu primeiro amigo e por aí vai. O mais engraçado é que todos tem faces diferentes, jeitos diferentes e mesmo assim, viram amigos de Benjamin.

Na parte técnica, o que se destaca é a fotografia Cláudio Miranda. Ele cria uma atmosfera antiga. bem parecido com os livros antigos, em tom de sépia esverdeada. Outro fator de destaque é a trilha sonora calma e tocante de Alexandre Desplat. A trilha não rouba a cena, deixa o diretor e os atores se destacarem e mesmo assim, marca uma presença incrível.
Os efeitos especiais também são fantásticos, cirando um ser humano nos mínimos detalhes(confesso que pensei que era um humano mesmo que fazia Brad Pitt velho).

Um filme divertido, por vezes engraçado, tocante e emocionante. Um item obrigatório em qualquer lista de melhores e um filme muito injustiçado pelo Oscar, que preferiu contemplar o ótimo, porém inferior Slumdog Millionaire.

5 Estrelas *****

9º Melhor filme - The Mist

Frank Darabont mostra coragem em filme de terror como poucos vistos.

Muitas obras de Stephen King são ótimas. Mas a literatura é um gênero mais aberto, não tão popular quanto o cinema. Por isso, suas adaptações para as telas são ainda mais arrebatadoras.
O Nevoeiro começa de forma bem comum com a impressão de que não passaria de entretenimento barato. Apenas temos a impressão rápida disso. Depois que os personagens entram no fatídico supermercado, o diretor Frank Darabont mostra a tensão que virá de maneira impressionante. O personagem principal interpretado por Thomas Jane, David Drayton, é um pai de família que um dia sai com seu único filho para o mercado. Lá, depois de um tempo, acontecimentos estranhos ocorrem, e eles se escondem por lá junto com outras várias pessoas. Monstros surgem, de várias maneiras, e o que cria um dilema tão grande como as criaturas são as reações das pessoas do mercado. Algumas tentam reagir e fugir quando possível, como David, Amanda (Laurie Holden) e Ollie (Toby Jones). Porém Mrs. Carmody(Marcia Gay Harden, ótima) uma fanática religiosa, faz uma apelação a todos, para que aguardem ali uma salvação divina. E ela obtém sucesso, fazendo a cabeça das pessoas ao ponto de cometerem atos selvagens e cegos contra supostos ''inimigos'', se apoiando em qualquer coisa que mostre segurança, no caso, a religião.
A direção de Darabont não faz nada muito além do normal, mas segura bem quando necessário. Um ponto muito positivo é a sugestão que o diretor faz em várias cenas, aumentando ainda mais o suspense que parece que nunca acaba. Fotografia um pouco púrpura, mas também comum. O que realmente rouba a cena é o roteiro, adaptado por Darabont do conto Tripulação de Esqueletos. Corajoso e sem medo de abusar da censura, ele dá as cartas como Deus, sem ligar muito para o destino dos personagens, o que é interessantíssimo, principalmente num gênero como o terror, onde os cacoetes e atos pré determinados acontecem aos baldes.
O final é esplêndido, corajoso ao ponto de Contatos Imediatos em Terceiro Grau. Por sua originalidade de roteiro e eficácia de um modo novo ao público, este terror com doses cavalares de suspense não pode ser esquecido, e deve entrar em qualquer lista de terrores inesquecíveis.

5 estrelas *****

10º Melhor Filme - Collateral

Michael Mann em sua melhor forma de direção.

O filme Colateral(2004) era um filme muito esperado por colocar Tom Cruise no primeiro papel de vilão no cinema. E o filme basicamente trabalha com essa idéia, mas é muito mais que isso.O assassino Vincent, intepretado por Cruise, é um assassino cínico, calculista e que não tem piedade. Ele encontra Max, taxista interpretado por Jamie Foxx, que é apenas um pacato trabalhador de meio turno que dá o azar de pegar Vincent em seu táxi. Assim começa uma jornada de cerca de 8 horas em que Max tem que levar Vincent pros 5 assassinatos nos quais ele foi contratado.

O curioso do filme é a forma como tudo foi captado pelas lentes de Mann e seu diretor de fotografia, Dante Spinotti. 80% de tudo foi filmado em câmeras HD digitais e a forma como Los Angeles é mostrado é de assustar. Mann identifica a cidade como sórdida, fria, solitária e, principalmente, selvagem. A cena em que Max pára seu táxi e vê um coiote passando na rua identifica bem isso: a selvageria. A fotografia do filme ainda impõe um clima pesado e com várias luzes noturnas.

O roteiro de Stuart Beattie até tenta inovar nas formas de resolução dos casos, mas peca no desenvolvimento dos personagens secundários, como o detetive Fanning, intepretado por Mark Ruffalo. Nada que prejudique o maravilhoso roteiro, que impõe um suspense como nunca antes visto no cinema. O roteiro faz com que todos saiam do filme ainda abismados, cheios de adrenalina nas veias.

A Trilha sonora tensa, ágil e as vezes até eletrônica de James Newton Howard faz com que o suspense só aumente a cada frame.
As seqüencias de ação do filme são soberbas e muito bem coreografadas. E o filme tem um diferencial: Não se preocupa com censura e mostra cada ato violento em detalhes. Nada que choque o espectador, mas bem real. Pegue a cena da boate por exemplo. É um grande exemplo da harmonia entre trilha sonora, fotografia, direção e atuações. A música Ready Steady Go, de Paul Oakenfold se encaixa perfeitamente nessa seqüencia, que é violenta, cheia de adrenalina e extremamente tensa.
Por tudo isso e ainda a maravilhosa composição de Vincent, Colateral merece figurar entre os 10 melhores filmes da história e ainda como o melhor suspense de ação já feito.

5 estrelas *****

Contemplai minhas obras, ó poderosos...

Nosso blog falará sobre tudo no Universo Nerd e relacionado a filmes, quadrinhos, jogos...Daremos críticas, recomendações.Pra começar, faremos as críticas dos 10 melhores filmes da história.
Avaliaremos semanalmente os filmes novos de 1 a 5 estrelas. Abção, dos Old School Nerds.
PS.: Leiam muito o Omelete, o site mais confiável e maneiro de Nerds na internet :D