Old School Nerds

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domingo, 26 de julho de 2009

4º Melhor Filme - Requiem for a Dream

Darren Aronofsky nos brinda com o melhor filme de Drama da história.

Réquiem para um Sonho é um filme fora do normal. Ele te faz ficar tenso, confuso, desesperado e, definitivamente, pensativo. Baseando-se no livro de Hubert Selby Jr., Darren Aronofsky fez um roteiro impecável. É até estranha a sensação de que você absorveu tanta informação em 102 minutos.

Com um elenco igualmente soberbo formado por Jared Leto, Jennifer Connelly(impactante), Ellen Burstyn(chocante, realista e a melhor do elenco) e Marlon Wayans no papel dos 4 drogados, Réquiem pode até parecer só mais uma história sobre drogas. E não é. É uma história que mostra o declínio do ser humano e usa as drogas como o gatilho disso. E não tenta conscientizar ou fazer todos de coitados. O filme opta por ser corajoso, joga na cara os fatos e não tenta abrandar nada. Oposto do que Sara Goldfarb(Burstyn) diz no início, tudo não acabará bem.

Os momentos em que as drogas aparecem são os mais tensos e curiosos. Apesar de tudo ser bem medonho, as drogas nem incomodam tanto quando tudo está bem. O problema começa quando as drogas tomam conta do ser humano.
Outro fato curioso é como esse filme faz críticas tão reais que muita gente irá se basear nos seus próprios vícios e ambições pra entender o filme. O maior exemplo disso é Sara, a personagem mais enigmática e a que nós temos mais intimidade durante o longa. Ela é uma dona de casa, uma velhinha simpática mãe de Harry(Jared Leto) e viciada em televisão. Um dia ela é chamada pra aparecer no seu programa favorito. E é aí que o pesadelo começa. Temos que ver tudo e não podemos fazer nada. Somos ao mesmo tempo confidentes e impotentes quando vemos Sara. E não é só isso. Temos que acompanhar Harry, sua namorada Marion(Connelly) e seu amigo Tyrone(Marlon Wayans) e sentir o mesmo sentimento.

Pra contar essa história, Aronofsky divide o filme em atos, representados pelas estações do ano. Começa com o verão e termina com o inverno. E acho que não poderia haver definição melhor colocada de como dividir isso tudo.

Tecnicamente, o filme é irretocável. A fotografia de Matthew Libatique representa tudo com uma aura branca, como se tudo fosse um sonho(ou um pesadelo). Feia, suja e jogada, a fotografia de Libatique dá o tom certo do que o filme é: Um enorme pesadelo.
A edição, baseada na direção estilo Hip-Hop montage de Aronofsky, faz um trabalho de encher os olhos.
Um dos pontos altos do filme, a direção de Aronofsky é perfeita. Não encontro outro adjetivo. Ele corta de maneira ágil e maravilhosa, que o credita como um dos melhores diretores atuais. Agora, o outro ponto alto do filme é o que define a tensão que é Réquiem para um Sonho: A trilha sonora. Clint Mansell assina a melhor trilha sonora de todos os tempos. E falo isso com toda a certeza. Sua trilha é calma quando pedida, eletrônica e meio vibrante quando algo importante acontece e é tensa, medonha, como um tema de pesadelo quando a tensão e o suspense tomam conta.

É incrível notar que o filme é um drama, mas é tão profundo que pode ser descrito como um suspense ou até mesmo um terror psicológico. Mas não um terror de dar medo. É um terror de você pensar: Imagina se tudo isso acontece comigo?!
Por isso que apesar de rasgar elogios pra esse filme perfeito, não o recomendo pra muitas pessoas. É um filme que te faz ver um abismo, te faz ver que muitas coisas nem tem sentido na vida. É um filme tenso demais e não recomendado pros mais frágeis.

Se você tem estômago forte, corra pra locadora e alugue Réquiem para um Sonho. É o exercício cinematográfico máximo que posso recomendar pra qualquer um. Só não espere um cinema de sábado á noite. Está mais pra domingo de madrugada.

5 Estrelas *****

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