A melhor HQ vira enfim, o melhor filme.
Sempre foi dito que seria impossível passar com total fidelidade a história em quadrinhos Watchmen, escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, para o cinema, devido seu detalhamento imenso, muitos personagens e seu tamanho em proporções gigantes, diferente de qualquer obra já vista. Dois diretores renomados tentaram: Terry Gilliam em 91 e Paul Greengrass em 2005. Porém, por problemas de discordância com a produtora e problema com atores, respectivamente, os dois projetos falharam. Em 2008 a batata quente chegou no colo de Zack Snyder, conhecido por realizar uma grande adaptação em 300.
Eis que o filme ficou pronto e é impossível resumir a experiência de Watchmen em algumas palavras apenas. A fidelidade quase obssessiva de Snyder fez o filme ficar com 2:45 minutos que passaram muito rápido. Primeiramente o roteiro feito a 4 mãos por David Hayter e Alex Tse foi primoroso, dando um ar muito fiél mas ao mesmo tempo fazendo mudanças que ajudam a encaixar a história inteira. Vale lembrar que, para o filme não atingir as 4 horas ou mais, partes precisaram ser retiradas, como as tramas do cidadão comum e os Bernies que provavelmente serão postas na versão do diretor. Entretanto esses detalhes retirados da versão oficial não atrapalham em nada e o filme segue muitíssimo bem apenas com a trama principal.
A direção de Zack Snyder é um show a parte nesse novo cult. As cenas de plano seqüência único não estam mais ali, nem ao menos os baldes de sangue estilizado. Mas a câmera lenta ainda existe, entretanto reduzida as cenasde ação, longas mas raras. Cabe a nós vermos a versão de diretor mais comum de Zack Snyder, sem muito das artimanhas modernas que fazem sua marca registrada. Os takes são muito bem feitos principalmente na cena da morte do Comediante e a luta que a precede; A luta de Rorschach para não ser preso, aumentada da HQ porém muito bem filmada em uma câmera que circula mas está tão enfocada na luta(muito bem coreografada, como todas no filme) e gira tão lentamente que não nos incomodamos com isso, muito pelo contrário.
Tecnicamente o filme é irretocável, a não ser em uma cena dos créditos de abertura, a da União Soviética, que mesmo assim não é tão ruim. O CGI, muito bem feito, tem destaque para Dr. Manhattan que parecia tão dificil de ser feito e ficou impressionante no filme. A fotografia limpa nos dá um estilo de neo-noir muito bonito de ver, além disso ela é uma fotografia que não tem cor única, ela varia de acordo com as cenas e a cada cena ela demontra uma fotografia única, assim como nos quadrinhos. A trilha sonora de Tyler Bates é muito boa tendo destaque nas cenas de ação. Mas concerteza um dos destaques do filme é a trilha sonora montada por músicas já existentes. Todas elas são boas e caem como uma luva nos momentos certos. Desolation Row, por exemplo, composta por Bob Dylan e cantada por My Chemical Romance nos créditos finais. Ela cria um paradoxo em ser animada depois de um filme calmo. Genial!
As atuações e a escolha dos atores foram ótimas. Jackie Earle Haley é o destaque fazendo Rorschach. O cara realmente leu a HQ. Patrick Wilson captou a essência de Coruja. Billy Crudup convence que não é um humano normal e Jeffrey Dean Morgan faz de Comediante sua própria pele e nem parece que está atuando.
Quanto a história nem é preciso dizer muito, inova o conceito de super - herói e faz um debate principalmente sobre o valor da vida, sobre os conceitos morais e humanos.
Não há o que consertar em Watchmen nem na HQ nem no filme. É assistir e idolatrar.
5 estrelas*****
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