Old School Nerds

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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Lutador

Volta triunfal de Mickey Rourke.

Depois de fazer o maravilhoso Fonte da Vida, Aronofsky volta, em um trabalho que marca uma volta de Mickey Rourke(depois da tentativa fracassada de retorno em Sin City, como Marv). E foi uma grande volta. O Lutador é autoral, por vezes divertido e tem um teor emocionante alto.

A história enfoca a vida de Randy ''The Ram'' Robinson, lutador de luta livre dos anos 80, que hoje em dia vive de fazer pequenos shows de luta num pequeno ringue em sua cidade. Além disso, Randy trabalha na sessão de frios de um supermercado. Num dia em que Randy passa mal numa luta, de enfarto, ele passa a ser proibido pelos médicos de continuar lutando. E o mundo vai ao chão para ele.

E é isso que o filme mostra, e mostra muito bem. Na vida onde Randy ignorou a filha Stephanie( Evan Rachel Wood) por tanto tempo, ele se vê velho com poucos amigos,a não ser pela stripper Pam(Marisa Tomei) e os colegas de ringue. Ainda por cima, produtores propõem á ele uma partida comemorativa de 20 anos dele com Ayatollah .Nesse tempo onde é parado por obrigação, você pode imaginar a situação depressiva em que Randy se encontra . Sem poder competir,ele enxerga sua vida vazia, gélida e sem novas emoções, que apenas o ringue podia proporcionar. Essa é uma imagem implacável que o filme passa : Depois de uma vida inteira no auge, é duro costurar sentimentos rasgados, que agora se contentam com uma tarde de autógrafos com alguns fãs das antigas.

O Lutador mostra isso sem dó nem piedade. E prefere usar imagens, o que impacta muito mais, e que pode ser muito bem feito tendo um dos maiores diretores dessa nova geração. As cenas da primeira parte do filme abusam muito de planos inteiros de Randy de costas, andando pra resolver problemas práticos da vida. O contraste claro dos tempos de glória, onde víamos os lutadores caminhando até o local de sua luta deste modo.

Um ponto importante para comentar são os dois talentosos profissionais que tornam esse filme um espetáculo. Um deles é Mickey Rourke, que retorna às telas com um brilho nunca visto, e um talento invencível, digno da indicaçao ao Oscar de 2008 que recebeu. O outro é Darren Aronofsky , um diretor cujo talento não se pode elogiar mais. Sem erros na careira que teve até aqui. Esse filme começou de verdade, com uma surpresa pra mim. Era um ritmo diferente , que nem parecia um filme do pesado diretor(no bom sentido, é claro). Realmente, esse filme é diferente de Réquien Para Um Sonho, por exemplo. De uma forma nova, sem usar muito da ajuda de uma trilha sonora, Aronofsky vai colocando a vida melancólica do protagonista aos poucos, mas dando ao telespectador uma dor que cresce, e que dá pontadas no coração com certos takes. Uma coisa muito boa para o cineasta, que vai cada vez mais aperfeiçoando seu talento nato.

Antes do fim, é preciso falar que é impossível não perceber semelhanças entre Randy e Rourke. Mesmo que esse comentário pareça incabível, os dois têm semelhanças. Depois de carreiras de sucesso, os dois precisam catar os cacos e restaurarem-se, para um evento maior e de redenção.
***** 5 Estrelas

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