Tony Scott sempre foi um cineasta talentoso. Entretanto, em Hollywodd não se pode fazer tudo sozinho. Se você tem um bom roteiro mas um diretor fraco e medíocre, seu filme não terá um bom efeito no público. Agora, se você tem um bom diretor mas um roteiro previsível e cheios de clichês, o filme muito provavelmente será esquecível. Esse é o caso de O Sequestro do Metrô.
O filme retrata a história de um sequestro no metrô(obviamente) Pelham 123. John Travolta faz o papel de Ryder, o líder dos sequestradores que rendem um vagão e pedem em troca dez milhões de dólares em exata uma hora, do contrário um refém será morto a cada minuto a mais do atraso. Denzel Washington é um coordenador de trilhos que estabelece contato com o auto-denominado Ryder, que exige conversar com ele, e com ninguém mais. Aparentemente, apenas um filme de ação, mas se tratando de Tony Scott, que fez trabalhos inteligentes como Dejavù( 2006) e Jogo de Espiões(2001), podíamos esperar algo de relevância maior. Realmente pensamos assim de início. A sequencia de créditos iniciais é dinâmica e rápida, com a trilha sonora de Harry Gregson-Williams, que nessa sequencia opta por uma trilha que gosta, baseada em hip-hop, o que torna essa sequencia agressiva e nos dá uma ótima visão do filme, entretanto não contamos com tantos caquetes e chavões que viriam pela frente.
O roteiro(De Brian Helgeland e David Koep, baseado no romance de Morton Freedgood) que já parece bastante comum, se torna cada vez mais a cada minuto que passa, desde a construções dos personagens às situações. A construção do herói vivido por Denzel Washington por exemplo. Um pai de família aparentemente injustiçado pelo o que fez no passado é solidário ao extremo e é o esteriótipo de mocinho. Já o personagem de Travolta é o bandido que tem várias frases de efeito e tem conversas sobre inocência e afins com o mocinho.Os diálogos que muitas vezes discursam sobre a vida e catolicismo entre os dois protagonistas já é muito batido. O drama dos reféns é outro escorregão. O filme realmente nos faz ter envolvimento emocional com esses personagens, porém, muitas vezes decisões heróicas e coincidencias dramáticas, além de serem batidas, são feitas às pressas e nesse ponto não fazem o apelo certo.
O que salva o filme por vezes é a boa direção de Tony Scott. O cara realmente sabe dirigir. Os closes que dá encaixam os personagens e acontecem em pontos dramáticos certos do filme. Todos os outros takes de cenas de ação são muito bons, rápidos e dão a emoção necessária para despertar o espectador. Praticamente impecável, ele também abusa de takes giratórios, em sua maioria nos momentos de suspense e emoção certos. Entretanto, uma ou outra câmera giratória são colocadas como um excedente desnecessário ao filme.
As atuações também fazem o filme se sair bem, com um Denzel Wasshington talentoso como sempre e com um Travolta competente, que no início parece um tanto caricato, mas depois se adequa perfeitamente. Tecnicamente o filme sai bem do mesmo modo. Tobias A. Schliessler nos dá uma fotografia bela, com um toque urbano que um filme de metrô realmente precisava.
Numa visão geral, temos um filme que realmente pode divertir, principalmente os fãs de ação. Entretanto , artísticamente este filme está condenado, e condenado graças a um roteiro batido e que faz personagens pré - construídos e pré - determinados em lados bom e ruim. É torcer para que Tony Scott receba um roteiro melhor da próxima vez.
3 Estrelas***
Bem legal a proposta do blog! te seguirei! ate
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